MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM PRECISA: a “guerra” entre a economia e vidas

Várias sucessões de dizeres e processos judiciários resultando numa desnecessária batalha diária entre a economia e as vidas. Os que defendem a economia buscam expor a imagem de si e/ou do que representam: a burguesia, os que querem conquistar mais capital. Os que defendem as vidas, representam o coletivo maior, as pessoas marcadas pela intersecção de raça, gênero e classe. Pouco ou nada importa para os grandes empresários se alguns de seus funcionários/as têm doenças crônicas, se pegam ônibus lotados para chegar ao local do emprego ou outros fatores que expõem a sua vida ao risco de contágio do novo vírus, o Covid-19. Eles poderiam lutar por um amparo do governo enquanto sua empresa está fechada para que mantenham os salários de seus funcionários/as? Sim, mas não optaram por isso! Querem voltar ao “normal” a qualquer custo.

Na maioria das vezes parece que abandonaram o problema sanitário em prol da economia e da produção. Isso está tão imbricado na sociedade que os municípios interioranos não estão fora dessa batalha, como por exemplo o município de Brumado. Segundo o site G1, após a Justiça da Bahia suspender três decretos da prefeitura que permitiam o funcionamento de vários setores da economia do município, a prefeitura de Brumado apresentou um pedido de suspensão de tutela provisória junto ao o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Dias Toffoli concedeu o pedido e, assim, o município de Brumado tem suas atividades comerciais e prestação de serviços em funcionamento.

Nessa decisão manda quem pode, obedece quem precisa. É certo que nessa situação quem vence é a burguesia e quem perde são as/os trabalhadoras/os, uma vez que nessa decisão ninguém perguntou ao povo a sua opinião, a burguesia trabalha diretamente com o povo e desconhece seus anseios ou optam por ignorá-lo. E esses funcionários/as em sua maioria são mulheres, negras e pobres dependentes da renda obtida com o emprego, sejam elas/es funcionárias/os do comércio, ambulantes, feirantes, empregadas/os domésticas/os e etc. As quais vão para rua trabalhar enquanto a burguesia está protegida em suas casas, quando saem usufruem do seu carro particular e ao chegar encontram água para lavar as mãos.

O que se percebe é que nessa incansável batalha quem sai derrotado são os cidadãos brasileiros com menos oportunidades e privilégios. Porque os que estão no mundo dos negócios exigem rapidez e eficiência na prestação dos serviços com o intuito de fornecer espaço para o capital crescer, dessa forma, o reflexo de suas decisões culmina em trabalhadores/as  dependentes cada vez mais da burguesia e dos salários baixíssimos, pois sabem da dificuldade em encontrar outro emprego em meio a pandemia, enquanto para os seus patrões é mais fácil contratar outro empregado.

Diante do que foi exposto, não há dúvida que  em meio a pandemia vem sendo visado o setor econômico por nossos representantes políticos, justiça e classe empresarial, já que  a saúde e bem-estar de grande parte dos/as cidadãos/ãs brasileiros não é prioridade e, sim os lucros dos empresários. São a eles que essas decisões têm favorecido, os quais querem muito acelerar a “normalidade”, a lucratividade, rendimento e a produção. A aceleração da normalidade trará consequências para a sociedade em geral e principalmente para as mulheres, pobres e negros. Segundo os dados divulgados no site da prefeitura de Brumado, até o dia 11/07 o município apresentou 253 casos confirmados. Como pode-se notar um dos sintomas de que tais decisões governamentais não são boas é um aumento de casos confirmados e o número de mortes  de coronavírus nos municípios que adotaram tais medidas.


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