ANALISE DAS CIDADES QUE COMPÕE O CAMPO DE ATUAÇÃO DO OBSERVATÓRIO INTERDEPARTAMENTAL ENTRE OS DIAS 19 A 24 DE JUNHO

Relativamente à política de enfrentamento do COVID-19 em nível municipal pode-se afirmar que não há ações coordenadas de forma conjunta no combate da doença, cada cidade parece adotar medidas que lhes convém ao sabor do momento durante a pandemia. Se por um lado, não é difícil encontrar em sites institucionais de prefeituras dados que indicam os números de contaminados, mortos e curados, o mesmo não se pode dizer a respeito do fornecimento de informações precisas sobre as políticas efetivas de combate a doença. Números de testes disponíveis para população, protocolos de testagem adotados, perfil socioprofissonal dos infectados, acompanhamento dos casos positivos, utilização dos recursos estaduais e federais específicos para o combate ao COVID-19, políticas de enfrentamento da doença em populações quilombolas e indígenas, testagem de encarcerados, são informações que dificilmente o cidadão comum terá acesso a partir dos sites institucionais de prefeituras e secretarias de saúde. Tais informações são de suma importância e estão diretamente relacionadas a como vem sendo feito o controle e combate da doença.

A tabela 2 apresenta os dados relativos às cidades que fazem parte do campo de atuação do Observatório interdepartamental das ações governamentais de combate à COVID19 (OIA):

 

Tabela 2 – Números do COVID 19 nas cidades que fazem parte do OIA


MUNICÍPIO

POP.

CASOS ACUMULADOS

ÓBITOS 

TAXA DE INCIDÊNCIA 100mi

TAXA DE LETALIDADE

BRUMADO

67.195

142

2

211

1,4

CAETITÉ

50.975

17

0

33

0

GUANAMBI

84.841

72

0

85

0

IPIAÚ

45.873

602

9

1.312

1,5

MACAÚBAS

49.826

3

0

6

0

PARAMIRIM

21.607

5

1

23

20

SENHOR DO BONFIM

79.015

99

1

125

1

TOTAIS

398.972

940

13

236

1,4


Fonte: https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/

                                                                                                                                           

Merece destaque na tabela 2 as colunas que indicam as taxas de incidência e de letalidade do COVID – 19 nas cidades analisadas. Os índices apresentados são referências para comparação com dados estaduais, nacionais e internacionais.  Com exceção do preocupante caso da cidade de Ipiaú, que registra o altíssimo número de 602 casos e uma taxa de incidência[1] de 1.312 casos por 100 mil habitantes, a taxa de incidência do COVID -19 nos municípios apresentados estão abaixo da média nacional sendo ela de 584,4 casos por 100 mil habitantes e estadual de 365 casos por 100 mil habitantes.  Vale destacar também a taxa de letalidade[2] dos municípios analisados são inferiores a taxa de letalidade nacional de 4,5%, e estadual de 2,97%.  A situação da cidade de Paramirim produz um resultado inusitado para o cálculo dessa taxa uma vez que a cidade registra apenas cinco casos com a incidência de um óbito, o que implica em uma taxa de letalidade de 20%.  Neste caso em específico cumpre compreender qual protocolo de testagem da população vem sendo adotada pelo município.

Chama-se a atenção para o fato de que, longe de serem animadores, os índices de mortalidade e letalidade apresentados têm grande probabilidade de serem maiores do que se apresentam, tendo em vista como o que foi apresentado nesse Boletim, que o Brasil possui um dos menores índices de testagem por casos positivos no mundo.  Os dados apresentados pelo site worldometers indicam o número de testes por milhão de habitantes de cada país do mundo apresenta o Brasil com míseros 12.603 testes, enquanto países com população menor que o Brasil, como Rússia, Reino Unido, Espanha, para citar apenas alguns, têm 122.001, 125.844 e 110.426 testes por milhão de habitantes, respectivamente[3].

 

 

 

 



[1] A taxa de incidência é calculada dividindo-se o número total de infectados pela densidade populacional do lugar.  Como convencionou-se mundialmente fazer o cálculo por 100 mil habitantes, o resultado dessa divisão é multiplicado por 100 mil.

[2] A taxa de letalidade é calculada dividindo-se o número de óbitos pelo número de infectados.


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