Relativamente
à política de enfrentamento do COVID-19 em nível municipal pode-se afirmar que
não há ações coordenadas de forma conjunta no combate da doença, cada cidade
parece adotar medidas que lhes convém ao sabor do momento durante a pandemia.
Se por um lado, não é difícil encontrar em sites institucionais de prefeituras dados
que indicam os números de contaminados, mortos e curados, o mesmo não se pode
dizer a respeito do fornecimento de informações precisas sobre as políticas
efetivas de combate a doença. Números de testes disponíveis para população,
protocolos de testagem adotados, perfil socioprofissonal dos infectados,
acompanhamento dos casos positivos, utilização dos recursos estaduais e
federais específicos para o combate ao COVID-19, políticas de enfrentamento da
doença em populações quilombolas e indígenas, testagem de encarcerados, são
informações que dificilmente o cidadão comum terá acesso a partir dos sites
institucionais de prefeituras e secretarias de saúde. Tais informações são de
suma importância e estão diretamente relacionadas a como vem sendo feito o
controle e combate da doença.
A
tabela 2 apresenta os dados relativos às cidades que fazem parte do campo de
atuação do Observatório interdepartamental das ações governamentais de combate
à COVID19 (OIA):
Tabela
2 – Números do
COVID 19 nas cidades que fazem parte do OIA
MUNICÍPIO |
POP. |
CASOS ACUMULADOS |
ÓBITOS |
TAXA DE INCIDÊNCIA 100mi |
TAXA DE LETALIDADE |
BRUMADO |
67.195 |
142 |
2 |
211 |
1,4 |
CAETITÉ |
50.975 |
17 |
0 |
33 |
0 |
GUANAMBI |
84.841 |
72 |
0 |
85 |
0 |
IPIAÚ |
45.873 |
602 |
9 |
1.312 |
1,5 |
MACAÚBAS |
49.826 |
3 |
0 |
6 |
0 |
PARAMIRIM |
21.607 |
5 |
1 |
23 |
20 |
SENHOR DO |
79.015 |
99 |
1 |
125 |
1 |
TOTAIS |
398.972 |
940 |
13 |
236 |
1,4 |
Fonte: https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/
Merece
destaque na tabela 2 as colunas que indicam as taxas de incidência e de
letalidade do COVID – 19 nas cidades analisadas. Os índices apresentados são
referências para comparação com dados estaduais, nacionais e internacionais. Com exceção do preocupante caso da cidade de Ipiaú,
que registra o altíssimo número de 602 casos e uma taxa de incidência[1] de 1.312 casos por 100 mil
habitantes, a taxa de incidência do COVID -19 nos municípios apresentados estão
abaixo da média nacional sendo ela de 584,4 casos por 100 mil habitantes e
estadual de 365 casos por 100 mil habitantes.
Vale destacar também a taxa de letalidade[2] dos municípios analisados
são inferiores a taxa de letalidade nacional de 4,5%, e estadual de 2,97%. A situação da cidade de Paramirim produz um
resultado inusitado para o cálculo dessa taxa uma vez que a cidade registra
apenas cinco casos com a incidência de um óbito, o que implica em uma taxa de
letalidade de 20%. Neste caso em
específico cumpre compreender qual protocolo de testagem da população vem sendo
adotada pelo município.
Chama-se
a atenção para o fato de que, longe de serem animadores, os índices de
mortalidade e letalidade apresentados têm grande probabilidade de serem maiores
do que se apresentam, tendo em vista como o que foi apresentado nesse Boletim, que o Brasil possui um dos menores
índices de testagem por casos positivos no mundo. Os dados apresentados pelo site worldometers indicam
o número de testes por milhão de habitantes de cada país do mundo apresenta o Brasil
com míseros 12.603 testes, enquanto países com população menor que o Brasil,
como Rússia, Reino Unido, Espanha, para citar apenas alguns, têm 122.001,
125.844 e 110.426 testes por milhão de habitantes, respectivamente[3].
[1]
A taxa de incidência é
calculada dividindo-se o número total de infectados pela densidade populacional
do lugar. Como convencionou-se
mundialmente fazer o cálculo por 100 mil habitantes, o resultado dessa divisão
é multiplicado por 100 mil.
[2] A taxa de letalidade é calculada
dividindo-se o número de óbitos pelo número de infectados.
[3] Disponível em: https://www.worldometers.info/coronavirus/
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